terça-feira, 27 de abril de 2010

Processamento técnico

Na biblioteca Charles Gorri, por enquanto, essas são as etapas para que o livro chegue até a prateleira:
  • Representação temática através da CDU
  • Atribuição da notação de autor (Cutter)
  • Registro
  •  Etiquetagem


Aluna Mariana Soldera organizando os livros nas estantes após a mudança de sala...

  

Professora Andréa Barboza na luta contra a preguiçosa máquina de escrever....

As alunas Samanta, Débora e Liliam fazendo a Classificação, Notação de autor e o Registro. E Eu (Camila) tirando dúvidas...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Prática Profissional I: I Semestre 2010

Após mais de um ano de afastamento retomamos as atividades na biblioteca a partir da Disciplina Prática Profissional I, trazendo alunas do tercerio ano para consolidarem conhecimentos adquiridos no Curso de biblioteconomia através da prática.

Como a biblioteca fica junto à portaria da casa, acreditamos que esta decoração seja de (i)responsabilidade dos porteiros...
Esta foi a biblioteca que encontramos....

Quando chegamos, foi possível verificar através do livro de empréstimo, que a biblioteca estava sendo usada pelos moradores, cumprindo assim sua função social. As fotografias a seguir demonstram como estava a biblioteca antes da chegada das alunas e o trabalho que está sendo feito.




Devido ao estado de conservação em que estava a biblioteca, foi preciso limpar os livros para que se pudesse trabalhar com um nível mínimo de conforto. Logo após, as alunas realizaram a atividade de leitura de estante. Além disso, foram abertas as caixas com livros doados e estes foram selecionados a apartir de critérios como estado de conservação e pertinência ao acervo, para que ao longo da disciplina sejam tecnicamente processados.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ação cultural

Oficina de meditação

A oficina de meditação, que foi a primeira atividade desenvolvida, teve início as 18:30h e contou com um público de 11 pessoas sendo 8 desses, moradores da Casa. Essa oficina foi ministrada pela psicóloga do NAE – Núcleo de Assistência Estudantil, Carla Rosana Pinheiro Mendes. Os participantes declararam nunca terem realizado tal atividade.




Sarau literário

O sarau literário teve início as 19:30h e contou com um público de 14 pessoas sendo 8 desses, moradores da Casa. Algumas pessoas levaram poesias de autoria própria para declamar, outras levaram livros ou utilizaram os livros do acervo. Ao fim desse evento alguns moradores elogiaram a iniciativa e mostraram-se dispostos a dar continuidade a esse tipo de atividade. Os próprios moradores marcaram uma reunião para a semana seguinte com o objetivo de promover mais atividades culturais dentro da Casa.

Como tudo começou...

 


Apartamento dos meninos...primeiro local onde foi montada a biblioteca.


  • Separação dos documentos segundo as grandea áreas do conhecimento (CDU). No apartamento 17, onde está até hoje.































Doações que foram chegando...
E enfim as prateleiras...no apartamento 13, onde está até hoje.














Livros armazenados nas estantes após o registro.

Tratamento técnico de acervo e ação cultural na biblioteca da casa do estudante universitário da FURG

Andréa da Silva Barboza
Camila Oliveira Corrêa
Dóris Santana

Resumo
A biblioteca da CEU - FURG foi desenvolvida pelo morador Charles Gorri no ano de 2005, com o intuito de promover a integração dos moradores da Casa do Estudante com a comunidade. O acervo foi adquirido mediante doações dos alunos da universidade e comunidade em geral e estava organizado de acordo com sua ordem de entrada, ou seja, sem nenhum tratamento especializado. O objetivo do idealizador foi frustrado pela falta de espaço físico, já que a biblioteca foi montada na sala de seu apartamento. Por conta disso os serviços da biblioteca ficaram restritos a empréstimos somente para os moradores. Esse projeto pretende realizar o tratamento técnico desse acervo, organizando-o e disponibilizando-o para a comunidade de acordo com as regras e normas adquiridas durante a formação no curso de Biblioteconomia. A classificação dos materiais por assunto é através da Classificação Decimal Universal, etiquetagem e inserção no sistema de automação de bibliotecas Winisis, além de serem registrados em um livro tombo para então serem disponibilizados à comunidade. Com o intuito de divulgar a biblioteca e promover integração entre os moradores da casa, se optou pela realização de ações culturais, as quais foram desenvolvidas a partir de um sarau literário e uma oficina de meditação. O projeto conta com o apoio da Diretoria da casa do Estudante e da Superintendência de Extensão (SupExt), que tem fornecido os materiais de consumo para o desenvolvimento desse trabalho.
Palavras-chave: Ação cultural. Biblioteca comunitária. Tratamento técnico de acervo. Casa do Estudante.

1 Introdução:
A Universidade Federal do Rio Grande surgiu no ano de 1953, fundada pelo engenheiro Francisco Martim Bastos, com o objetivo de profissionalizar os trabalhadores da indústria do município de Rio Grande/RS. Devido ao crescente fluxo de estudantes oriundos de várias localidades do país e até mesmo do exterior, no dia 18 de setembro de 1958 o engenheiro Bastos, com o objetivo de dar assistência habitacional aos mesmos, tornou realidade a Casa do Estudante de Engenharia Industrial, inaugurada em 10 de janeiro de 1959. Desde então, houveram várias “Casa do Estudante”, sempre em prédios alugados.
Na década de 60, devido ao grande número de estudantes e a falta de verba para arcar com os gastos de moradia e alimentação para todos, não se pode pagar o aluguel de uma das casas do estudante, que por esse motivo foi fechada. Comovida com a situação a Sra. Otilia Huch, esposa do engenheiro Alfredo Huch, abrigou por algum tempo os estudantes que não tinham como se manter na cidade.
Desde essa época a Universidade Federal do Rio Grande, vem locando prédios para fornecer o subsídio de moradia aos estudantes com dificuldades socioeconômicas. A partir do ano de 2003 a FURG passou a alugar um prédio próximo ao Campus Carreiros com capacidade para cerca de 60 estudantes. No ano de 2008 foi locado um prédio ao lado do já então alugado e a capacidade da Casa passou para cerca de 90 estudantes. Atualmente

a nova casa do estudante está sendo construída próxima ao pav 4, do Campus Carreiros e terá capacidade para 60 estudantes. O projeto desenvolvido em 3 pavimentos com área de 190 m² contém cinco dormitórios destinados a cada dois estudantes, contendo banheiro de múltiplo uso e tendo em comum o ambiente de estar e estudos. Os serviços de copa e cozinha estarão localizadas no pavimento térreo, com um alpendre servido por churrasqueira e lavanderia no pavimento superior, e com extensão para um terraço de serviço murado. A FURG está utilizando recursos próprios para a construção. (SUPEST, [2008?])

A biblioteca da CEU FURG foi desenvolvida pelo morador Charles Gorri em 2005, seu acervo foi adquirido mediante doações de livros e periódicos por alunos da universidade e comunidade em geral. Gorri tinha o intuito de montar uma biblioteca para aproximar a comunidade da universidade, intuito este que foi travado pela falta de espaço físico, pois, a biblioteca foi montada na sala da sua residência e o único serviço prestado foi o de empréstimo. Não era essa a idéia de Gorri que pretendia além de montar a biblioteca, formar grupos de estudos para ministrar aulas particulares para crianças da comunidade e alfabetização de jovens e adultos.
Com a partida de Charles (que se formou no curso de Oceanologia), o acervo ficou armazenado no apartamento sem qualquer controle de uso ou empréstimo.
Segundo Almeida Júnior,
O tema bibliotecas públicas na área da Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, parece, hoje, revestir-se de pouco prestígio. Os centros de documentação e informação e bibliotecas especializadas – por representarem os espaços aonde o campo de atuação do profissional bibliotecário se apresenta em grande expansão; em que os salários são mais altos e justos; em que as condições de trabalho são muito mais adequadas ao desempenho esperado do bibliotecário, além, é claro do uso precoce (para a área) de novas tecnologias da informação – significam atualmente o objeto de atenção e, talvez de desejo de todo profissional bibliotecário. (1997)
Infelizmente essa realidade vai além do bibliotecário e atinge também o usuário, que deixa de procurar uma instituição desse caráter por desacreditar que a mesma possa conter informações relevantes as suas necessidades. Almeida Júnior ainda afirma que
As idéias que propagam o fim das ideologias, a morte do socialismo, a exaltação do neoliberalismo, a crença de que o capitalismo é o único sistema que supre e satisfaz a necessidades do homem, todas essas idéias, enfim, colaboram para que a preocupação com as bibliotecas públicas seja considerada ultrapassada, retrógrada e sem finalidade. No entanto, a maioria da população brasileira, a maioria da população dos países subdesenvolvidos, ainda encontra na biblioteca pública o espaço que se contrapõe à unicidade do discurso dos meios de comunicação de massa. (1997)
Por ter a biblioteca da CEU-FURG de um caráter comunitário, sofre certo preconceito, já que seu acervo é formado por doações. Seus possíveis usuários não a freqüentam talvez por acreditarem que o acervo é desatualizado.
Sendo uma das autoras desse trabalho moradora da CEU-FURG e tendo percebido a necessidade da organização do acervo e de práticas de ações culturais dentro da mesma, se buscou orientação e parcerias para a execução de um projeto cujo objetivo era suprir essas necessidades.
Em agosto de 2008, as autoras do presente trabalho começaram a fazer o tratamento técnico dessa coleção, que até então, estava organizada por ordem de chegada sem qualquer registro ou classificação e que, por não possuir um bom controle de empréstimos, os moradores retiravam livros e na maioria das vezes esse material não era devolvido.

2 Tratamento técnico:
Para realização do tratamento técnico, devido à falta de recursos, se optou por registrar o acervo através de um livro tombo e assim que fosse disponibilizado um computador para a biblioteca o acervo seria inserido em uma base de dados no software Winisis, configurada de acordo com as necessidades do acervo e a política adotada pelas autoras. No livro tombo se resolveu registrar as obras pela sua referência, na qual se encontram todas as informações necessárias e pertinentes a esse tipo de registro.
Para facilitar a localização das obras pelo usuário, tendo em vista que as bibliotecas da universidade utilizam o sistema de Classificação Decimal Universal (CDU), se convencionou fazer uso do mesmo sistema.

3 Ações culturais:
Para definir o que é uma ação cultural teremos a cultura como ponto de partida. Na Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural a UNESCO afirma que
a cultura deve ser considerada como o conjunto dos traços distintivos espirituais e materiais, intelectuais e afetivos que caracterizam uma sociedade ou um grupo social e que abrange, além das artes e das letras, os modos de vida, as maneiras de viver juntos, os sistemas de valores, as tradições e as crenças (2002, p.2).

Nossa cultura adquire formas diversas com o passar do tempo e a modificação do espaço, “se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade” (UNESCO, 2002, p.2), além disso, também pode ser entendida como “O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade” (HOLANDA, A. B. de. 2005). Sendo assim, uma ação cultural pode ser entendida como um conjunto de atividades que não só incentivem a cultura, mas que façam com que o público discuta e produza a cultura. Acredita-se que a biblioteca, deve ser aberta e deve estimular ações que tragam experiências culturais para dentro de seu espaço físico, utilizando essas experiências para não só disseminar, como também para produzir conhecimento, formando um acervo cultural com materiais produzidos por seus próprios usuários.
A Biblioteca Charles Gorri - CEU-FURG, foi escolhida, dentre outros motivos porque atende um público formado por pessoas de vários locais do país que moram juntas, longe da família e amigos. Como afirmam Rosário Filho e Nobre (2008) uma prática de ação social planejada e praticada por um bibliotecário deve “dinamizar a mediação da informação e do conhecimento, bem como sua utilização através de ações lúdicas, criativas e inovadoras, que despertem o interesse de um público rodeado por uma realidade muitas vezes problemática.”
Com o intuito de promover o acervo da biblioteca, incentivar a integração entre os moradores da CEU-FURG e atingir um contingente maior de participantes se decidiu realizar ações culturais distintas. Para realização dessas ações se obteve o apoio da administração da universidade através dos órgãos Núcleo de Apoio Estudantil (NAE) e Superintendência de Extensão (SupExt).
As ações desenvolvidas foram selecionadas de acordo com o tipo de acervo disponível na biblioteca com o objetivo de instigar os participantes a buscarem esse material. Foi realizado um sarau literário e uma oficina de meditação que foram divulgados através de cartazes.

4 Oficina de meditação:
A oficina de meditação, que foi a primeira atividade desenvolvida, teve início às 18h30min e contou com um público de 11 pessoas sendo oito desses, moradores da Casa. Essa oficina foi ministrada pela psicóloga do NAE – Núcleo de Assistência Estudantil, Carla Rosana Pinheiro Mendes. Os participantes declararam nunca terem realizado esse tipo de atividade. Ao fim da oficina foi comunicado aos participantes que a biblioteca possui acervo relevante a atividade desenvolvida.

5 Sarau literário:
O sarau literário teve início às 19h30minh e contou com um público de 14 pessoas sendo oito desses, moradores da Casa. Algumas pessoas levaram poesias de autoria própria para declamar (Anexos A, B e C), outras levaram livros ou utilizaram os livros do acervo que permaneceram à disposição durante o evento. Ao fim desse evento alguns moradores elogiaram a iniciativa e mostraram-se dispostos a dar continuidade a esse tipo de atividade. Os próprios moradores marcaram uma reunião para a semana seguinte com o objetivo de promover mais atividades culturais dentro da Casa.

6 Inauguração da biblioteca Charles Gorri:
Ficou decidido através de consenso entre as autoras e a diretoria da CEU-FURG, que a biblioteca receberia o nome de seu fundador. Após as atividades a biblioteca Charles Gorri foi re-inaugurada, visto que essa sofreu mudanças tanto em sua localização quanto em sua organização, de acordo com as normas biblioteconômicas. Alguns moradores levaram livros literários emprestados nesse dia e ganharam de brinde um marcador de página (Apêndice A) com frase de incentivo à leitura.

7 Considerações finais:
Os dois eventos tiveram públicos alternados, visto que apenas três pessoas permaneceram nos dois eventos, as demais participaram de apenas um dos eventos.
A oficina de meditação proporcionou aos seus participantes um momento de introspecção e ao mesmo tempo interação.
O sarau literário oportunizou momentos de reflexão e criação de novas idéias. A participação ativa durante esse evento possibilitou o início de um grupo de cultura na Casa.
Nos dias atuais o acervo se encontra em um apartamento reservado para um posto de atendimento do NAE (Núcleo de Assistência Estudantil) dentro da CEU-FURG, onde permanecerá mesmo após a instalação do referido posto. Aproximadamente 80% do acervo se encontra devidamente tratado segundo as regras biblioteconômicas e disponível para empréstimo.
Sendo objetivo de esse projeto chamar a atenção para práticas culturais e promover o acervo da biblioteca, uma vez vista a participação e envolvimento dos moradores com as atividades desenvolvidas, conclui-se que o objetivo foi alcançado.



Referências:
ALMEIDA JR, Oswaldo Francisco de. Bibliotecas públicas e bibliotecas alternativas. Londrina:Ed. UEL, 1997.

BRASIL. MINISTERIO DA CULTURA. Plano Nacional de Cultura: Diretrizes Gerais. 2 Ed. Brasília, Agosto de 2008. Disponível em: . Acesso em: 18/10/2008.

CASA DO ESTUDANTE DA FURG. In: SUPERINTENDÊNCIA ESTUDANTIL. Disponível em: . Acesso em 20/08/2008.

ROSÁRIO FILHO, Luís; NOBRE, Júlio César. Ação cultural na prática bibliotecária. In: Meu artigo: educação. Disponível em: Acesso em: 26/10/2008.

HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo Dicionário Aurélio: dicionário eletrônico. Versão 5.0. Ed. Revista e atualizada. Curitiba: editora Positivo, 2005.

ROSÀRIO FILHO, Jair; NOBRE, Júlio César. Ação Cultural na prática da biblioteca: uma estratégia dinâmica na mediação do conhecimento. In: Brasil escola: meu artigo. Disponível em: . Acesso em: 26/10/2008.

UNESCO. Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural. Disponível em: . Acesso em: 06/10/2008.